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Cultura e cultivo: O que estamos cultivando na vida de nossos alunos?

De acordo com o dicionário Webster (1828) a palavra cultura tem o sentido de cultivar ou preparar a terra para o período de colheita. Cultura, portanto,  significa aplicar a mão-de-obra, trabalho ou outros meios para melhoria da terra, crescimento e produtividade. Por exemplo, podemos citar a cultura do milho ou da cana-de-açúcar como a aplicação de uma cultura. (Veja Gênesis 2.15). A palavra cultura também pode ser aplicada ao aperfeiçoamento e ao crescimento das qualidades e virtudes ligadas à nossa mente. (Veja Romanos 12. 1 e 2 ).

A cultura é aprendida através da interação com outros membros de sua comunidade, seja através de observação, do ensino ou das experiências vivenciadas. (A  forma que Deus fala e educa o seu povo e os processos de ensino e aprendizagem- veja Deuteronômio 6.4 – II Timóteo 3;16 e 17). A cultura é frequentemente transmitida através de símbolos, como língua, arte, música, rituais e gestos, que carregam significados específicos dentro daquela cultura.

Porém toda cultura depende do cultivo. E o que é cultivar? Essa palavra denomina o processo de lavrar, adubar, arar, e produzir a melhoria constante do trabalho que é realizado. A técnica de cultivar a terra evoluiu do arado ou charrua de atrelagem peitoral, para sofisticadas colheitadeiras e máquinas agrícolas conectadas à internet, drones ou softwares. A palavra cultivar também pode ser aplicada na melhoria do trabalho que fazemos em nossos estudos, como cultivar a nossa filosofia e cosmovisão, nossos talentos ou nossa mente. É preciso cultivar a paixão pelas belas artes, pelo conhecimento, pela excelência, pelos afetos, e principalmente, pela palavra de Deus.  (Veja Josué 1.8 – Filipenses 4.8).

Em seu livro “As Sete Colunas da Sabedoria”, Paul Jehle aponta que cultivar é trabalhar e servir em obediência a Deus e o adorando por meio daquilo que fazemos. Esse foi o padrão de pensamento dado à Adão e que ele deveria implementar e aplicar aos propósitos de Deus, pois o trabalho formaria o caráter de Adão enquanto ele obedecesse a Deus. Porém, o pecado perverteu o sentido belo do trabalho, pois o trabalho era um padrão de pensamento e não apenas uma tarefa mecânica. O cultivo de Adão deveria ser feito com piedade e com alegria em trabalhar para Deus. O pecado transformou o trabalho em uma espécie de escravidão e algo árduo ou enfadonho. O trabalho alegre foi substituído por uma necessidade na Busca do seu próprio sustento, levando o homem a trabalhar sem nenhuma razão a não ser sobreviver. O trabalho é visto na sociedade moderna como algo a ser evitado e despertando a vaidade com o desejo de obter todas as coisas sem trabalhar ou fazer nenhum esforço (Veja: 1 João 2. 15 e 16). Essa distorção do trabalho, ou do caráter, tem criado uma cultura do ócio. Professores preguiçosos, aulas improvisadas, indisciplina, reclamações, murmurações, contendas, ideologização, apatia, descrédito, desmotivação, e a lista poderia seguir por palavras e palavras.

O coração dos nossos alunos e demais membros da nossa comunidade escolar são como um solo. O solo precisa ser preparado por uma nova cultura, o que requer do cristão educador trabalho e esforço. Esse esforço, molda primeiro o interno do educador e se reflete em suas práticas externas, um verdadeiro currículo vivo. Aplicamos cultura para melhoria, correção dos temperamentos e crescimento dos nossos alunos a fim de viverem a cultura do reino. Isso requer do cristão educador empenho, compromisso com a missão, pontualidade, excelência na escrita, amor pela leitura, busca do conhecimento, capacitação continua, dedicação na correção, construção de vínculos afetivos com os alunos, aliança com o falar ou agir da instituição de ensino, compartilhar da mesma filosofia, visão, metodologia e currículo utilizados pela escola, entre tantas outras ações.

Se queremos melhorar os resultados que obtemos naquilo que cultivamos em nossas escolas cristãs é preciso aplicar as técnicas corretas de cultivo. Corrigir, fomentar, promover o aperfeiçoamento de como fazemos aquilo que fazemos é fundamental para obter a melhoria de uma cultura. É preciso que o cristão educador tenha esta consciência de como aquilo que cultivamos influencia de modo formador a rotina escolar que vivemos em nossas instituições de ensino. Os estudantes sentem de longe o cheiro da hipocrisia de um professor que não vive aquilo que ensina (ou deseja ensinar). A inteireza de caráter torna-se imprescindível para se evitar surpresas com o fruto.

Professor Filipe Carota

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