A palavra Endividamento significa aumento do valor ou da quantidade de dívidas de um indivíduo, de uma empresa, do governo.
– Dicionário Houaiss
De acordo com o dicionário Houaiss, endividar significa “Começar a possuir deveres e/ou obrigações; ficar obrigado a”. Sendo assim, podemos compreender endividamento como acúmulo de dívidas por si mesmo, o próprio indivíduo fica cheio de dívidas e sem sempre sabe explicar as razões disso. Nesse sentido, temos em nível nacional, um endividamento na área da educação.
É comum o acúmulo de dívidas levar pessoas, instituições e governos à um desespero irreparável, de tal maneira que, no caminho para busca de solução os mesmos se sufocam com estratégias emergenciais, algumas vezes ilícitas e sem qualquer planejamento, resolvem um problema imediato, mas criam outros. Ainda mais triste é a realidade do exagero na exploração dos recursos ainda disponíveis o que resulta em perda para a família, para a escola e até mesmo para a nação governada com uma receita em débito.
A educação secular no Brasil, sofre desgastes constantes por estar baseada em diretrizes cujo caminho a ser percorrido é complexo, tumultuado e sem vistas para linha de chegada. Trata-se, no ensino secular, de um modelo educacional, assumido não com vistas a emancipação da pessoa, mas sim da instituição, do Estado e do distanceiamento da piedae, como consequência suas propostas e experimentos embaraçam as gerações e impedem literalmente a revelação e presença de Deus sobre elas. Tratamos de um modelo de educação cujo currículo de base sofre alterações ideológicas e explorando os poucos recursos disponíveis, além de muitas vezes utilizar recursos indevidos, acrescentado-se ainda mais débitos na educação..
A palavra endividamento mostra que embora a própria sociedade consinta no seu endividamento,não há quem se responsabilize por ele. Inclusive educadores Cristãos, igrejas, pessoas piedosas se envolvem diretamente no percurso errante da educação, na metodologia que deve ser aplicada, promovem a destruição e não veem a sua parcela de responsabilidade nisso. Urge uma análise histórica de onde nos desviamos do caminho, se é que um dia andamos nele, para então, pensar na restauração.
O endividamento intelectual deveria ser exclusivo da educação secular, não poderia ser um problema para aqueles que escolhem um ensino Cristão. Os caminhos a serem percorridos (os currículos) fora do ensino Cristão, tumultuam-se em suas estruturas, cujas definições não alcançam e nem sustentam uma prática educacional de excelência. Vemos crianças experimentando o que querem aprender e o mestre se tornando apenas o mero mediador desse aprendizado indefinido. E os currículos seguem em reformulação de ciclos em ciclos na tentativa de ‘pagar a dívida’, mas fazendo um novo débito.
O currículo de uma escola Cristã não pode reproduzir déficits, não pode ter a expressão de uma ferramenta de “financiamento parcial de débitos”, ao contrário deve apresentar seus fundamentos para garantir a multiplicação das sementes que estão sendo plantadas, dos recursos educacionais (por menores que sejam) e de todos os envolvidos. O Currículo de cada escola Cristã, deve ter rumos definidos cujo objetivo seja acabar com o falso “crédito” que é dado à educação secular e ampliar os investimentos na geração, na família e no reino de Deus.
A Bíblia nos alerta que “A sabedoria do prudente é entender o seu caminho” (Provérbios 14: 8). Portanto, não basta saber para onde quer ir, mas definir as regras de como chegar lá para evitar os débitos. As escolas Cristãs deveriam saber para onde desejam. Deveriam também refletir se o lugar que estão levando os alunos, dependendo do currículo que percorrem, podem sacrificá-los pelo caminho, perder toda a estrutura ou mesmo ignorar a visão critã do mundo.
Apeguem à esta verdade: um currículo com fundamentos Cristãos, regras claras e acima de tudo tendo a Palavra de Deus no centro de todas as diretrizes sempre apresentará princípios suficientemente valiosos para quitar a dívida intelectual desta geração que sempre inicia com o que oferecemos em nossas salas de aula.
Por Priscila Ribeiro