A Fábula “O Velho, o Menino e o Burro”, recontada a partir da Fábula de La Fontaine (Sec. XVII) narra a história de um senhor que com seu filho, foi ao mercado para vender seu burro, eles precisavam de dinheiro. Na trajetória deparou-se com muitas pessoas e a cada passagem ouvia opiniões diferentes a respeito da forma como seguiam viagem. Uns criticavam por não utilizar burro como transporte, outros por o menino tão pequeno estar andando a pé, outros criticavam o momento em que o velho estava montado no burro e o menino a pé. A cada encontro era um palpite diferente. A certa altura de sua jornada para o mercado, estavam o velho e o filho carregando o burro nas costas, onde mais uma vez ouviram outra opinião, opinião essa os comparando ao animal. Indignado e desperto, o velho chega à conclusão que ao dar ouvidos a todo tipo de conselho e opiniões, terminou sendo ridicularizado e não chegando a lugar nenhum.
Quantas vezes no ato de Planejamento e Construção do Currículo nos deparamos com muitas opiniões, conselhos, práticas e materiais que não estão em conformidade com nossa cosmovisão e filosofia. Às vezes, à primeira vista pode até parecerem interessantes e atender anseios, objetivos e circunstâncias. Circunstâncias, outro fator que devemos considerar, pois, no calor de resolver ou atender determinada demanda, corremos o risco de nos desviar dos objetivos e propósitos da construção de Currículo para determinado curso.
Considerando que o currículo é o documento guia e caminho para formação do Cristão Educador, a alegoria de La Fontaine nos mostra que o cuidado ao examinar, revisitar, ter clareza, e um plano para onde se quer chegar, bem como convicção de nossa cosmovisão e objetivos são fundamentais para o êxito na construção de um Currículo que objetiva nos levar a Cristo e formar acadêmicos com caráter cristão. No trajeto ouviremos diferentes vozes e opiniões, mas retornar às Escrituras e manter firme nossas convicções internas (Currículo Oculto), na Palavra é o que nos garante não tomar desvios ou atrasar a jornada. Caso contrário, não chegaremos a lugar algum.
Por Bárbara Machado Souza