Vivemos tempos em que o brilho das telas ameaça ofuscar a luz do céu. A tecnologia da informação, com todo o seu potencial, também carrega um peso sombrio: enfraquece a capacidade de pensar com profundidade, dispersa a atenção, dilui valores e empobrece acultura. Entre os jovens da geração Z, vemos uma desconexão crescente da realidade, uma
dependência quase compulsiva dos estímulos digitais e a perda da noção de que esforço, e disciplina e sacrifício são o caminho para resultados sólidos e a verdadeira liberdade.
Não é um alerta isolado. Livros como Geração Ansiosa, A Máquina do Caos e A Fábrica de Cretinos Digitais ecoam a mesma preocupação. E não afeta apenas crianças: um especialista, em um dos maiores eventos nacionais de gestão deste ano, alertou que um em cada quatro indivíduos enfrentará transtornos mentais ao longo da vida por causa da hiperconexão digital. Enquanto ainda estamos digerindo esse impacto, a inteligência artificial avança, trazendo novas dependências e novos temores. É uma epidemia silenciosa: depressão, isolamento e ansiedade em alta — e, pela primeira vez na história, o QI médio está em queda.
Na semana passada, busquei um antídoto simples: contemplar o céu por um bom tempo. Queria silenciar a alma para ouvir a voz de Deus. Mas percebi como é difícil calar o ruído interno e externo. Pensamentos disputavam espaço, o celular chamava, distrações se multiplicavam. Finalmente fui dormir e, ao acordar no silêncio da madrugada, veio-me um
discernimento: estamos cercados por vozes que semeiam incerteza, ansiedade e temor, perturbando o coração. É preciso sintonizar na frequência do Reino de Deus e escutar atentamente o sinal dos céus para encontrar o propósito da nossa vida e ter paz no caminhar. “Não andeis ansiosos por coisa alguma…” (Fil. 4:6-7) e “Tu conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme…” (Isa. 26:3) foram textos bíblicos que me vieram à mente.
Como pais, professores e líderes, temos o privilégio de servir numa missão sagrada: formar gerações que conheçam a Deus como Criador soberano e se relacionem com Jesus como Salvador e caminho para uma vida com sentido. A educação, na verdade, não é apenas preparar para a vida, mas também para a eternidade. É discipular, como ordena a Grande Comissão.
Estejamos unidos nesse propósito — pais, educadores e líderes — lembrando que somos escolas para famílias, chamados a cuidar da herança do Senhor. Que possamos, a cada dia, aprender a aquietar o espírito para também ensinar a próxima geração a fazer o mesmo.
Conectados ao Reino de Deus em primeiro lugar, poderemos avançar com sabedoria e paz em meio à confusão que nos cerca, sintonizados no sinal dos céus.
Abraço fraterno,
Roberto Rinaldi
Presidente do Conselho da AECEP
