Um
dos versículos que melhor fundamenta a Abordagem Educacional Por Princípios
está em Romanos 12.1-2. Como educadores, devemos viver nossa vida sem nos amoldarmos às condutas
padronizadas pela sociedade, pela cultura woke, educação progressista e pelas
ideias da cultura secular, mas sim questionar as raízes de tais comportamentos
e ideias. Devemos buscar não tomar a forma imposta pela moda ou pela sociedade,
mas nos empenharmos em confrontar os
ditames da cultura contemporânea com a Verdade de Deus. Já vivemos um tempo em
que as mudanças não eram só
externas e, assim, não prevaleciam por muito tempo. A verdade é que todos
aprendemos através da dor e da frustração que a renovação da mente não acontece
com as reformas sociais ou mesmo pela educação secular, mas depende de um
processo divino quando deixamos Cristo reinar em nós. É preciso se abrir para uma
mudança interna que se expressa externamente para ser sal e luz na vida dos
outros, além da nossa própria vida. Por esta razão, esta mensagem é sobre a
Renovação da Mente que precisa acontecer também na maneira como pensamos a
família.
Os
Princípios são como muros que erguemos para que a cultura secular não penetre
em nós ou para que saibamos discernir entre o bem e o mal. Vivemos um tempo em
que temos o privilégio de estudar a Palavra com toda a liberdade. Liberdade
esta que as crianças da igreja perseguida, por exemplo, não têm. Quantas
famílias se esquecem do privilégio que é poder ensinar a Palavra com liberdade
e ocupam as crianças com programas de entretenimento, sem dedicar pelo menos um
tmepo diário para estudar com elas a Palavra. Já parou para pensar que você,
educador e pai, é chamado para erguer
muros que protegem as crianças desta cultura egocêntrica, imediatista,
consumista e materialista que está sendo vendida a elas nas mídias. Algumas
vezes, é a própria família que, por falta de orientação, cede aos padrões
seculares sem discernir o que é melhor para seus filhos.
As mídias fazem um tremendo investimento para vender seus padrões argumentando que é
preciso aderir à cultura, pois ela reflete nossos usos e costumes atuais. Os
tempos mudaram, costumamos ouvir! Creio como diz o Dr. Solano Portela: “o
crente tem que ter discernimento moral para separar formas comportamentais que
não condizem com a Palavra de Deus”. É preciso discernir a cultura e não
simplesmente aderir a ela. O que tenho visto na escola, são muitas famílias
pedindo ajuda, sem saber como educar seus filhos, vulneráveis porque se deixam
levar por enganadores (bloggers e outras mídias) que buscam desviar as famílias
dos princípios estabelecidos por Deus, convidando-os a flexibilizar seus
padrões e aderirem ao comportamento da maioria (Tito 1.10-13). A cultura
pode falar de probabilidades, mas Deus fala nos mostra a Verdade, e a Palavra
nos ensina: Tudo é possível ao que crê! (Marcos 9.23) O que me leva a concluir
que é possível implantar uma cultura cristã nos dias de hoje, se as famílias
viverem dentro de seus lares uma cultura cristã. Tudo começa dentro da família,
por isso essa tão antiga instituição tem sido tão largamente atacada.
Aprendemos
que nosso relacionamento vertical (com Deus) determina nosso relacionamento
horizontal (com o próximo). Dentro da família, precisamos viver o amor que
perdoa, se sacrifica e sabe doar-se, e este amor só encontramos em Deus. O amor
Ágape, incondicional, que é a base do casamento e do relacionamento de aliança
entre irmãos, vem do coração de Deus e está intimamente relacionado ao tempo
que gastamos buscando em Deus este amor. Um copo de água pode estar cheio de
água, mas não necessariamente de água limpa. Se queremos ser um copo de água
limpa, que transborde, será preciso jogar fora toda a água suja e nos deixar
limpar pelo Espírito Santo, em um processo de renovação de mente, em uma
entrega ao amor incondicional de Deus. Qual seria o caminho para essa
experiência? Como viver na família os princípios estabelecidos na Bíblia e que
quando são colocados em prática trazem harmonia? Precisamos viver a profunda
experiência de amor, perdão, de caminhar em intimidade com Deus e Sua Palavra,
para só assim poder manifestar os frutos de Sua divina presença em nossas vidas
e relacionamentos.
Uma
figura interessante usada na psicologia é a figura dos aventais. Os “aventais”,
são formas que usamos para cobrir nossas vergonhas, nossas feridas e dores.
Pode ser uma necessidade profunda de sucesso profissional, uma necessidade
exagerada de vestir-se bem,uma necessidade de aceitação ou uma necessidade de
estar em evidência. Nossas escolas e famílias precisam de cura!
Princípios são fonte de sabedoria, mas não basta serem apenas conhecidos e memorizados, pois eles só ganham vida e trazem frutos se forem realmente vividos por nós. Para viver princípios, precisamos ter dentro de nós quem os criou: Deus.
Estamos vivendo momentos desafiadores, aproveite este momento para
resgatar seu relacionamento com sua família. Gaste seu tempo com as pessoas que
ama e busque conhece-los mais de perto. Os frutos do Espírito nos foram
dados para, pela fé, nos apropriarmos deles e vivermos o amor que precisamos
para formarmos uma família saudável.
Ensaio de Princípios aplicados à Família:
Princípio do Caráter: em
Gênesis 2.15: Deus colocou o homem no jardim e deu a ele a missão de o
cultivar. O cultivo da terra exige empenho, trabalho. Esta missão dada a Adão
por Deus visava forjar nele um caráter de provedor. Esta característica é
fundamental ao homem dentro do casamento. O homem deve ser o principal provedor
da família. A mulher deve ter tempo para os filhos.
Princípio da Mordomia: em
Gênesis 2.15: Além de cultivar a terra o homem deveria guardá-la. Guardar
significa observar, tomar conta com atenção, cuidar, ou seja, ser bom mordomo
da terra que era por Deus entregue a ele. Um homem precisa tomar conta de sua
família, as incumbências dadas ao homem por Deus no Éden, eram uma forma de
ensinar ao homem a cuidar de sua família, de seu casamento. A mulher
preocupa-se não somente com os cuidados básicos que os filhos necessitam, mas
também em alimentar suas mentes com bons pensamentos.
Princípio do Governo: Gênesis
2.16b e 17: Deus dá a Adão a oportunidade de autogovernar-se, ter domínio
próprio dizendo a ele que da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele não
poderia comer. Um marido ou uma mulher precisam ter domínio próprio, ou
autogoverno se quiserem desenvolver uma relação de respeito e honra. Precisam
controlar as palavras, a ira, o ciúme e todos os demais sentimentos que podem
minar o respeito e o amor no casamento. Desde o Éden, Deus ensinou ao homem a
observar princípios que se ele os seguisse seria bem-sucedido, e isso vale para
o governo de sua família.
Princípio da Semeadura e Colheita: Gênesis 2.17b: Deus deixa claro que se eles comessem daquela
árvore, morreriam. Isso implica uma relação de causa e efeito, semear e colher.
Dentro de um casamento os cônjuges devem estar conscientes que suas ações e
escolhas terão consequências, tanto para o bem como para o mal. Se desejo algo
em meu relacionamento de casamento, devo ser o modelo daquele comportamento.
Princípio da Soberania: Gênesis
2.19-23: o Deus Soberano dá oportunidade a sua mais suprema criação de dar nome
aos animais e a chegar à conclusão de que ele também precisava de alguém para
ser sua companheira, para que não estivesse sozinho. Aqui Deus ensina a Adão
que Ele é a fonte de sua força e soberania. Homem e mulher, dentro de um
casamento, precisam reconhecer que a autoridade necessária para conduzir bem
seus filhos, vem do Senhor, do Seu Poder e Soberania. Dentro da família, as
esferas de autoridade precisam ser bem conhecidas e praticadas pelos cônjuges.
Princípio da Individualidade: Gênesis 2.20: Deus criou todas as coisas com uma identidade
distinta, o que também vale para o homem e a mulher. Dentro do casamento, os
cônjuges devem acordar o que cabe a cada um, entendendo que cada um tem um
papel diferente, porém ambos são importantes. É preciso respeitar a
individualidade de cada um. A mulher tem suas características próprias e o
homem também! Se cada um souber respeitar a individualidade do outro, terão uma
relação harmônica. Deus fez o homem e a mulher diferentes, mas com
características que se complementam. Ter sabedoria para usar suas diferenças é
um dos caminhos para um casamento que vive a unidade. Os pais não devem fazer
comparação entre os filhos, pois cada um deles tem sua individualidade.
Princípio da Aliança: Gênesis
2.24: Homem e mulher se tornam uma só carne. Ainda que diferentes um do outro,
homem e mulher pactuam de uma aliança interna e profunda. Sem unidade interna,
não há harmonia no lar, e esta unidade interna se torna viva e concreta através
do pacto de aliança realizada no casamento e diante de Deus. Os filhos são
abençoados por esta unidade. Ainda que sendo diferentes, reconhecem sua unidade
e vivem em união.
Princípio da Pureza:
Gênesis 3.7 – Adão e Eva após pecarem comendo o fruto da árvore proibida,
precisaram de aventais para cobrirem suas “vergonhas”. Quando um casal peca
priorizando um prazer temporário e não a pureza, eles correm atrás de aventais,
que são formas de esconder seu pecado ou deficiência, afetando sua relação com
Deus e no lar (Provérbios 28:13)
Princípio do Conhecimento:
3.22 – Como seria bom se nossos olhos só vissem o bem? Dentro de um casamento
nossos olhos devem estar focados na beleza que cada um possui. Quando focamos
mais nos defeitos do que nas virtudes, o casamento se torna local de juízo e
acusações. O conhecimento de quem cada um é, deve ser usado para gerar
compreensão e não acusação e julgamento. O mesmo princípio serve para o
relacionamento com os filhos.
Ana Beatriz Rinaldi – Gestora do Conhecimento da AECEP.
Bibliografia:
JEHLE, Paul. Ensino e aprendizagem. Belo Horizonte: AECEP, 2007.
_____. As sete colunas da sabedoria. Belo Horizonte: AECEP, 2008.
_____. Go ye therefore and teach all nations. Plymouth, MA: Plymouth
Rock Foundation. (formato CD).
Cultura: A Fé é contra ou a favor?
http://www.monergismo.com/textos/cultura/fe_cultura_solano.htm