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Visão Bíblica de Educação

Por Roberto Rinaldi.

Como ficam os pais evangélicos, que tem compromisso com os elevados padrões de Deus e prezam seus valores familiares? E qual é o papel da igreja nesse cenário, em sua missão de expandir o Reino de Deus através de suas famílias constituintes?

Vemos biblicamente que os filhos são herança do Senhor (Sl 127:3 “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.”). A família é uma instituição divina, estabelecida para gerar filhos para Deus. A   Igreja foi comissionada para gerar discípulos do Senhor, que sejam filhos de Deus (Is 54:13 “Todos os teus filhos serão ensinados do SENHOR; e será grande a paz de teus filhos.”). Como pais e educadores cristãos, nossa missão é fazer dos filhos discípulos do Senhor, que amem o Mestre e estejam prontos para seguí-Lo. Se descuidarmos da herança do Senhor, nossa luta será em vão.

Segundo, os filhos são a próxima geração, para continuar o chamado de Deus sobre a casa, sobre a igreja e sobre a nação. Deus espera que dediquemos tempo instruindo nossos filhos para entenderem o Seu mover em sua geração (Sl 78:4-8 ” não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez. Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.”). A Palavra de Deus é o fundamento da educação de nossos filhos, ligando gerações de fiéis através da história (Hb 12:1-2 “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.”)

Como pais e educadores cristãos, devemos preparar a próxima geração para cumprir o propósito de Deus na história, com entendimento e com determinação (Et 8:6 “Pois como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela?”; At 13:36 ” Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção.”)

Educar uma criança é trabalhar num projeto de vida, e que os pais são os responsáveis diante de Deus. Vemos que biblicamente isso é possível tendo a Palavra de Deus como fundamento e Cristo como modelo (2 Tm 3:16-17 “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”; 1 Co 3:11 “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.”)

Visão Bíblica de Escola

Há na Bíblia três instituições reconhecidas com autoridade outorgadas por Deus a família, a igreja e o governo civil. Porém, só aos dois primeiros cabe prover educação (Ef 6:4 “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” ; Mt 28:19 “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”), uma vez que o governo civil jamais poderia atuar em nome da família, representando seus valores e objetivos próprios. O Estado traduz o pensamento da coletividade, partindo do princípio que a maioria está certa.

O que vemos nas escolas de hoje em geral é: desrespeito ás autoridades, falta de disciplina, desinteresse pelo aprendizado, irresponsabilidade, influência da Nova Era nos temas e nos livros, baixa qualidade do ensino, imoralidade, corrupção, etc.

A educação até os tempos de Jesus era realizada prioritariamente no lar e depois com o apoio da sinagoga para o aprendizado da lei, do tabernáculo e outras disciplinas. Depois apareceram os tutores, que podem ter dado lugar às academias particulares (Gl 4:1-2 “Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai.”)

Portanto, biblicamente escola só tem sentido como uma extensão da família, para com ela cooperar em aliança de princípios e propósito, e sob a cobertura espiritual da igreja. A visão é de famílias unidas com a benção da igreja, trabalhando na formação de uma geração consciente de seus valores e responsabilidades, capacitada para exercer seu ministério na sociedade e cumprir o propósito de Deus. Trata-se de uma aliança estratégica, para garantir a expansão do Reino mesmo no meio de uma geração perversa e corrupta.

Em todos os tempos o valor e a educação que davam à criança foram determinantes no sucesso da estratégia de um país ou comunidade. Vimos isso entre os judeus, astecas, gregos, nazistas, comunistas e outros tantos movimentos que impactaram a história.

Fomos chamados para sermos sal e luz no mundo. A Bíblia traz exemplos de jovens que fizeram diferença porque não se dobraram perante a filosofia do mundo, mas estavam preparados para cumprir o propósito de Deus em sua geração: Samuel, Davi, Josias, Jeremias, Daniel, Maria, Timóteo.

Posicionamento

Como pais, como igreja e como cidadãos responsáveis, temos o dever de preparar a próxima geração, dando-lhe uma visão e treinando-a para alcançá-la.

Temos que resgatar o valor da criança e a união de gerações: avós, pais e jovens, todos trabalhando juntos no projeto de vida de uma criança. A criança e o adolescente que encontra um sentido nobre para sua vida não vai desperdiçá-la de maneira desordenada. A separação das gerações tem sido poderosa arma de destruição dos valores familiares, expondo a criança aos predadores sociais.

Depois é preciso valorizar o caráter na formação da criança, para o que são fundamentais o  exemplo e trabalho árduo. Caráter pressupõe uma marca, uma gravação feita a partir de um molde, daí a necessidade de exemplo consistente.

Quanto ao trabalho árduo, a própria história nos ensina que a indolência, a comodidade, a ociosidade levam o homem ao declínio moral e a improdutividade. Quando fugimos da dificuldade, ou privamos nossos filhos da dureza, estamos impactando o desenvolvimento do caráter.

Empresários poderiam estabelecer parcerias com núcleos de famílias através das igrejas, para patrocinarem uma educação pertinente, alinhada com o seu contexto e com as necessidade modernas do negócio, para produzir profissionais e cidadãos capazes de criar valor à sociedade.

A igreja teria nisso um fator decisivo para apoiar o cumprimento da grande comissão: formar discípulos e obreiros e fortalecer as famílias.

Quanto à União, caberia principalmente definir uma estratégia nacional e um conteúdo mínimo, prover infra-estrutura básica e direcionar recursos para programas específicos e supervisionar resultados.

Trata-se de uma aliança estratégica, onde cada parceiro contribui com aquilo que faz melhor, para realizar o propósito de Deus sob a mesma visão do Seu Reino.

O Significado Bíblico de Ensino e Aprendizagem

O livro de Deuteronômio foi escrito por Moisés após a peregrinação no deserto. A primeira geração tinha morrido, e agora uma geração nova, cuja maior parte não tinha lembrança da primeira páscoa, da travessia do Mar Vermelho, nem da lei do monte Sinai iria tomar posse da terra prometida. Moisés então repete o relato da história recente de Israel, e escreve novamente a aliança de Deus, os dez mandamentos, as promessas de benção e maldição, para que o livro fosse lido para o povo. Era um documento da aliança de Deus com o homem. Logo após narrar a história de Israel, ele coloca os dez mandamentos, e logo a seguir o trecho das escrituras que transcrevemos abaixo. Este trecho das escrituras era um daqueles que eram escritos em pergaminhos, e colocados em caixinhas que eram amarrados nos braços e colocado na testa pelos escribas e fariseus, num cumprimento literal do mandamento. Mas na verdade o mandamento era para ser praticado, e não apenas usado como amuleto ou “vestido”. Deuteronômio 6:4-9 :

[4] Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.

[5] Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda atua força.

[6] Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;

[7] tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.

[8] Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.

[9] E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.

Podemos observar que em primeiro lugar a Bíblia nos diz para reconhecermos Deus como o único Senhor, e adorá-lo com todas as forças do espírito, alma (mente) e corpo. Como uma atitude seguinte segue-se a obediência a este Senhor, guardando a Sua Palavra em nosso coração (v.6). Estas “palavras que hoje te ordeno” que nos versículos anteriores incluíam os dez mandamentos, e a aliança de Deus com o homem, deveram primeiramente estar dentro dos corações dos pais, para que então pudessem ser ministradas aos filhos. Não se pode dar algo que não se tenha recebido primeiro, e tudo que é bom vem do Pai da luzes. Estas palavras deveriam ser inculcadas aos filhos, assentado em casa, andando, deitando, levantando. Inculcar nos dicionários da língua portuguesa significa repetir muitas vezes para imprimir no espírito (Aurélio, Michaelis). A palavra hebraica traduzida aqui por inculcar (ou ensinar, intimar) é LAMAD, e é uma palavra de grande abrangência, e representa muito bem o processo de ensino e aprendizagem que Deus estabeleceu para os país e filhos.

Lamad, traduzida por inculcar, pode ser definida como:

1. “Cortar” a mente; é a idéia de uma navalha afiada formando um canal (sulco) na mente e produzindo por meio desta incisão um padrão de pensamento.

2. Formar um estilo de vida, ou uma maneira de viver.

Temos aqui portanto dois aspectos: o aspecto interno, relacionado com o ensinar, que é o “cortar”, marcar, criar um caminho que produz padrões e estruturas de pensamento, e o aspecto externo, a conseqüência disto, que nos fala da aprendizagem, que é um estilo de vida, ou uma maneira de viver.

Temos que considerar que a mente da criança, em sua formação natural, desde o seu nascimento, deixada por si só, irá produzir padrões de pensamento pecaminosos. Basta observar que não é necessário ensinar uma criança a mentir ou desobedecer.

Para que ensinemos uma criança biblicamente temos que cortar estes padrões de pensamento errados, e redirecioná-los. E isto tem qual o propósito? Produzir uma mudança no estilo de vida, uma mudança no caráter. A ferramenta adequada para cortar, e produzir este estilo de vida é a palavra de Deus. A palavra de Deus é como uma espada (Hb 4:12 “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.”), que corta os padrões errados e estabelece novos, Ela é o poder de Deus para renovar as mentes, para produzir um novo caminho, e padrões de pensamentos corretos, que irão produzir vida abundante, saúde, alegria, satisfação, frutos, etc.

Desta forma vemos que a palavra de Deus define ensinar e aprender com um propósito: FORMAR UMA VIDA. Trata-se de ensinar a viver, é discipulado. Estamos preocupados em formar discípulos, não acadêmicos que apenas tiram boas notas, passam de ano e ser bem informados. Trata-se de formar um estilo de vida, estabelecer uma maneira de viver, edificar um caráter, que vai produzir algo útil, que vai ser próspero, abençoar a outros e glorificar a Deus.

Vamos examinar também a definição da palavra EDUCAR, segundo o dicionário cristão Webster 1828. Segundo Webster educar é toda a série de instruções e disciplinas com o objetivo de:

1. iluminar o entendimento;

2. corrigir o temperamento;

3. formar as maneiras e hábitos da juventude;

4. e prepará-los para serem úteis no futuro, cumprindo o seu chamado na vida.

Vemos aqui novamente o processo ensinar-aprender. Ilumina o entendimento e corrige o temperamento (interno) para formar um estilo de vida que seja útil, próspero, e cumpra com o propósito de Deus (externo).

As palavras: assentar, caminhar, levantar, deitar  falam de coisas simples e corriqueiras do dia a dia, enfatiza a convivência, o relacionamento. Ensinar e aprender é portanto algo RELACIONAL e PESSOAL, e não técnico e informativo. Ensinar e aprender envolve obrigatoriamente um relacionamento pessoal. Nós não ensinamos matérias, nem ensinamos aulas. Ensinamos crianças, estamos treinando corações e mentes eternas. Ensinar e aprender é um processo de coração, mente para mente, espírito para espírito. É um investimento de nossas vidas. É também uma obra de fé, um trabalho de amor e uma firme esperança (1 Ts 1:2-3 “Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo,”). Nenhuma criança pode aprender sem antes estabelecer um relacionamento de confiança com aquele que a ensina. O Salmo 142:4 nos declara isto: “Olha para a minha direita e vê, ninguém há que se interesse por mim, refúgio me falta, e ninguém cuida de minha alma”. O que fica claro aqui é que primeiramente uma criança precisa de amor, alguém que se interesse genuinamente por ela, que lhe ofereça refúgio, consolo, companheirismo, compreensão, amizade. Então, após este relacionamento de amor e amizade, vem o desejo de que sua alma (mente) seja ensinada, cuidada, instruída naquilo que é bom.

Assim, os pais que não estabelecem um relacionamento com seu filho não conseguem ensinar nada a eles. Eles simplesmente não podem ouví-los. O pai ou mãe que não demonstra por seus filhos amor e interesse, compreensão com suas dificuldades e limitações, não abre a porta dos seus corações. O solo não é preparado, e portanto não se podem plantar boas sementes.    Com quem uma criança está assentada em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se? Não são os pais? A chave está aqui. primeiro as palavras precisam estar no coração dos pais, para que possam ser inculcadas nos filhos. Através de um relacionamento de amor os pais abrem o caminho para marcar de tal forma a vida dos filhos pela Palavra de Deus, que produzirá neles um estilo de vida cristão, formará neles o caráter de Cristo.   A vida no lar está cheia de momentos preciosos para ensinar. É ao deitar, ao levantar, ao andar no caminho para a escola, assentado no almoço e no jantar. Eles estão aprendendo pela demonstração de seus pais, de como eles falam, reagem, resolvem seus problemas.

A Escola Como a Segunda Testemunha que Fundamenta em Fé

Muitos pais consideram que o trabalho de ensinar deve ser feito pela escola. Delegam o mandamento de Deus e o privilégio de ensinar sua próxima geração a terceiros, e se esquivam com desculpas e compromissos inadiáveis. O mandamento para ensinar em toda a bíblia sempre foi dirigido aos pais. A palavra de Deus estabelece somente três instituições, ou três esferas de governo: a família, a igreja e o governo civil. Desta forma, a escola como instituição não existe, senão como extensão da família que lhe concede autoridade para ensinar seus filhos. Na verdade, a escola não coloca outro fundamento, mas somente pode CONFIRMAR e ESTABELECER os fundamentos que a família já tem.

A palavra de Deus nos diz que sem duas ou três testemunhas nada pode ser estabelecido (Mt 18:16 “Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça”; 2 Co 13:1 “Esta é a terceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou três testemunhas, toda questão será decidida.” ; Hb 10:28 “Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés.”). Dessa forma, para que uma família estabeleça seus filhos em fé, e lhes dê um propósito na vida, é necessário mais de uma testemunha. Isto também está claro em 1 Co 3:5-10 ” Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.” (um planta, outro rega, aqui vemos novamente a questão de mais de uma testemunha).

Os pais precisam de ajuda. Não somente porque muitas vezes não dominam os conteúdos das matérias, não têm tempo suficiente, ou não possuem habilidade para ensinar. Mas principalmente porque a Palavra de Deus diz que com duas ou três testemunhas toda palavra será confirmada (estabelecida). Assim a escola atua como a segunda testemunha, e confirma o que os pais estão ensinando em casa. A escola faz isto através de uma abordagem de cada disciplina por um ponto de vista bíblico, identificando os fundamentos e os princípios bíblicos que as governam. Não significa que os pais vão ensinar geografia em casa e a escola vai confirmar, mas por exemplo os pais ensinam que cada coisa tem o seu lugar, e que o quarto deve ficar em ordem, e o professor na escola ao mostrar os mapas, continentes, aplica o mesmo princípio mostrando a ordem com que Deus criou o universo e a terra, e como tudo tem o seu lugar (princípio da mordomia ou administração).

Como professores numa escola cristã, fundamentamos os nossos alunos em fé com propósitos divinos. O papel do professor é fundamentar as crianças na fé que seus pais desejaram abraçar, de modo que eles cresçam firmando-se internamente nos propósitos de Deus para suas vidas.

Podemos observar portanto que para que este processo de ensino e aprendizagem ocorra, a família e a escola devem estar sob uma mesma lei, e dentro de uma mesma aliança. O que a criança aprende em casa é confirmado na escola, e o que ela aprende na escola deve ser reforçado em casa. Ambos, lar e escola, devem estar fundamentados sobre os mesmos princípios, para que haja consistência no que for produzido. Está consistência produzirá na vida da criança equilíbrio, segurança, e frutificará positivamente em boas obras, em mudança de atitudes, em desenvolvimento espiritual, mental e físico.

Todavia, uma série de pequenas coisas pode atrapalhar este processo. Se a criança em casa recebe um tipo de treinamento, e na escola outro, estamos plantando dois tipos de sementes, e uma irá enfraquecer a outra. A criança pode ficar confusa, e não saber discernir o que é certo e errado, qual é o padrão a ser seguido. Se ela em casa pode ter atitudes que na escola não pode, isto certamente acarretará conflitos, e o processo e ensino-aprendizagem fica totalmente comprometido.

Os pais podem facilmente treinar negativamente seus filhos, de maneira não intencional:

Exemplo 1: Se ao darmos uma ordem a nosso filho, ele não responde na primeira, nem na segunda, mas somente quando elevamos o tom de voz ele nos ouve, estamos treinando eles para obedecerem e darem atenção somente quando o tom de voz é elevado. Então na classe o professor não consegue a atenção e a obediência do aluno a menos que ele eleve a voz. E um professor não deveria elevar a voz, muito menos os pais.

Exemplo 2: se em casa a criança não faz a lição de casa, ou se delonga nisso, ou sempre acha uma desculpa, e os pais não corrigem, ela também não fará as atividades em sala, não dará importância a concluir as suas tarefas, e a conseqüência é um baixo rendimento.

Exemplo 3: se uma criança não tem limites em casa em suas brincadeiras, na escola também causará problemas durante o intervalo, ou mesmo em sala não consegue discernir o limite para parar de falar, leva tudo na brincadeira.

Exemplo 4: se os pais estão sempre muito ocupados para ver o caderno de seu filho, e não os incentiva e elogia positivamente, apreciando o esforço e reconhecendo a melhoria, os filhos não se preocuparão em mantê-lo bem organizado e limpo e valorizá-lo.

Exemplo 5: uma criança que não tem horário regular para fazer lição de casa, dormir, acordar, etc., ou que os pais não prezam os horários de seus compromissos, não valoriza o fazer as coisas dentro do prazo estipulado, não atenta para os horários de início e fim de uma aula, sempre acha que se pode deixar para depois.

Conclusão


      É necessário que em casa e na escola vivamos sob um mesmo governo, o de Deus, e debaixo dos mesmos princípios, que vão orientar nossas atitudes e ações, que se constituem na base do nosso relacionamento e senso de justiça. Então nossas crianças terão duas testemunhas fiéis a lhes falar as mesmas coisas, e solidamente mostrar-lhes o caminho a seguir, e estabelecer suas vidas em fé, preparando-os para a vida futura.

Baseando-se num relacionamento de amor, tanto o lar como a escola irão ensinar usando a palavra de Deus como fundamento, que penetra no entendimento e vai produzir padrões de pensamento que irão gerar um estilo de vida produtivo, irrepreensível, justo. Como resultado teremos adolescentes e jovens que sempre saberão como aprender mais, serão capazes de autogovernar e não precisarão de contínuo controle externo de outros, ocuparão posição de destaque por sua erudição e conhecimento, e sempre usarão o raciocínio reflexivo (não serão dirigidos por impulsos) e se fundamentarão na Palavra de Deus para tomar as decisões e rumos de suas vidas.

Bibliografia : Apostila do VI Workshop de Educação Cristã de 1997.

Realização: AECEP – Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios.

End. Eletrônico: www.aecep.org.br

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