Por Inez Borges.
O pequeno Benjamim sofreu muito quando seu pai abandonou a família. Mas sua mãe. Sônia, apesar da saúde precária e da depressão resultantes da solidão e do trabalho pesado, permaneceu firme na determinação de sustentar os dois filhos pequenos, dando-lhes alimento e cuidados físico e espiritual. Sônia trabalhava como doméstica em duas ou três casas num único dia, todos os dias da semana. Mas, aos domingos, levanta-se bem cedo para levar os filhos à escola dominical.
Num destes domingos, na Escola Bíblica Dominical, Ben, que tinha então oito anos de idade, ouviu uma história missionária. Era a história de um médico missionário em um país onde o Cristianismo era proibido. Ben foi à frente, atendendo ao apelo para consagrar sua vida Senhor. Ao voltar para casa, Ben contou à mãe que desejava servir ao Senhor como médico missionário. A mãe sorriu, em sinal de aprovação e Ben entendeu que esta era a confirmação do chamado de Deus para sua vida.
Ben era o pior da escola. Ele não conseguia aprender e era ridicularizado pelos colegas e até pelos professores. Mesmo assim, a visão de servir ao Senhor como médico era o encorajamento necessário para não desistir. Além disso, Sônia, a mãe de Ben, continuava a acreditar na capacidade do filho. Ela costumava perguntar: “você tem um cérebro?” e acrescentava: “se tem, você é responsável por usá-lo”.
Sônia permitia que os filhos vissem televisão apenas duas ou três vezes por semana, no máximo. Ela também exigia que o filho lesse pelo menos dois livros por semana e escrevesse relatórios de leitura e entregasse a ela, semanalmente, mesmo que ela não tivesse condições de avaliar o que o filho estava lendo.
Por volta dos 15 anos, Ben descobriu que aprendia melhor sozinho, escrevendo seus rascunhos e registrando suas conclusões, após horas de leituras silenciosas. “Dificuldades existem para ser superadas”; “se há um propósito, há também um meio para atingi-lo”; “se você não ficar procurando desculpas para não fazer as coisas, você terá que procurar as formas de encontrar a solução para as dificuldades que enfrenta”. Esses foram os preciosos ensinos que Ben recebeu de sua mãe. Ela jamais aceitava desculpas para o fracasso. Ela sempre procurava e ensinava os filhos a procurar soluções. Pessoas da igreja representaram também grande ajuda em muitas ocasiões.
Desta forma, apesar do fracasso escolar nos anos anteriores, Bem foi capaz de superar as lacunas em sua aprendizagem e entrou na faculdade de Medicina. Ele sabia do poder de Deus para ajudá-lo a ser um bom mordomo e usar o cérebro e as circunstâncias para desenvolver aquilo que Deus havia confiado a ele.
Benjamim Carson tornou-se o primeiro neurocirurgião afro-americano do Hospital Jhons Hopkins. Aos 33 anos tornou-se chefe da equipe de médicos residentes. Foi também o primeiro a separar gêmeos siameses unidos pelo crânio e cérebro; e o primeiro a realizar a cirurgia em um feto dentro do útero. A história de Ben tem influenciado muitas crianças e adolescentes em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Na última terça feira, dia 4 de maio, Benjamin Solomon Carson foi apresentado como candidato à Presidente da República dos Estados Unidos, para a eleição de 2016.
Será que esta historia teria sido possível sem a corajosa e determinada educação recebida em casa, mesmo que em uma família que parecia destinada ao fracasso?
Sabemos que não. Sabemos que Deus escolheu a família como a primeira responsável pela educação das crianças. Que Deus nos ajude a reconhecer nosso lugar como educadores dos filhos que Ele nos deu.
Inez Borges.