Por Alcione Souza .
Objetos simples: martelo e pregos sobre um pedaço de madeira. Seriam eles essenciais em uma grande reforma? Sim! Esses foram os instrumentos que o soberano Deus escolheu usar inúmeras vezes para marcar Suas reformas sobre a face da Terra. Assim aconteceu no dilúvio, quando uma arca foi construída, anunciando que o mundo não poderia continuar pervertido da forma como estava. A primeira reforma após a Criação foi marcada por esses objetos – martelo, pregos e madeira.
Muitos anos depois o Filho do Altíssimo foi sacrificado sobre o madeiro, tendo os pregos pressionados por um martelo sobre Sua própria carne, a fim de aplacar a ira vindoura sobre os eleitos comprados por Seu sangue. Era o momento de mais uma reforma, para mostrar ao homem que a salvação estava disponível; não por meio da Lei, mas única e simplesmente por meio da Graça Soberana de Deus. A reforma iniciada dizia respeito ao interior do homem, ao novo nascimento.
Com martelo e pregos, sobre uma cruz de madeira, tentaram aniquilar o Rei dos Judeus e seus ensinamentos. Na tentativa de destruir o Cristianismo ainda incipiente, aqueles pregos e o martelo atiçaram as chamas da doutrina do Mestre da Galileia. Implacavelmente o evangelho rompeu barreiras, avançando vitorioso e altaneiro, em meio a muitas lágrimas, açoites, prisões.
E completando essa tríade reformadora, há 500 anos, no dia 31 de outubro de 1517, novamente se ouviu o som de martelo e pregos sobre a madeira. Aquele não foi um som qualquer, mas o prenúncio de um novo tempo, um clamor retumbante que foi ouvido além mar, atingindo todo o Ocidente. O som daquele martelo sobre a porta de madeira em Wintemberg ecoou verdades do Cristianismo que há muito estavam sufocadas: Sola Gratia, Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Soli Deo Gloria. Deus acabara de selar mais uma Reforma!
Alcione Souza.